Torino e Val d'Osta
Conhecendo a Polìcia Italiana: O primeiro contra-tempo aconteceu em Aosta, na volta do nosso jantar. O Leonardo està sem carteira de motorista (vencida) e sou eu quem tem que dirigir. Pior do que eu no volante é eu cansada no volante. E eu estava cansada e com sono, pois jà tinha dirigido o dia todo (Torino-Aosta). Então pedi para o Leonardo levar o carro do restaurante ao hotel, que eram apenas uns 2 kilometros. Faltando apenas uns 200 metros para chegar no hotel, viramos uma curva e adivinha ? Fomos parados por uma blitz. Eu e Leonardo temos um carma : sempre que a gente faz algo errado (o que quase nunca acontece) sempre somos pegos. E é claro que não seria diferente desta vez. Mas, apòs o Leonardo gastar todo o Italiano dele em uns 40 minutos de conversa, teste de bafômetro (negativo, não sei como !!!) e verificação de dados com a policia francesa, tudo se resolveu com o pagamento de uma pequena multa de 3O euros. De hoje em diante retiro tudo de ruim que eu jà falei dos Italianos. Os policiais eram educados, honestos e gente boa. Exaustos e nervosos, nossa noite acabou com chave de ouro no quarto do hotel, onde tivemos a magnifica idéia de abrirmos uma garrafa de vinho, para tentar relaxar e dormir, apòs todo aquele susto. Sò que nòs não tinhamos abridor e nem o hotel (sim, eles não tinham abridor e o hotel era 4 estrelas – definitivamente não era o nosso dia!). Resultado? Meu engenhoso marido, apòs ter tenado abrir a garrafa com a alça do cabide (minha brilhante idéia...) e fracassado, finalmente conseguiu abrir a garrafa usando minha pinça como saca-rolha (outra idéia minha). Somos ou não somos um casal brilhante? Ganhamos mais uma batalha, mas mal sabiamos que a Guerra ainda teria que ser vencida.
No dia seguinte, inventamos de ir ao tal de Colle del Grand San Bernardo pra ver os famosos cães e visitar o mosteiro beneditino do século 11. Programão, né? Soh que ninguém me avisou que esse mosteiro ficava à 2,500mts de altitude, no meio do Mont Blanc. Tem até que ter passaporte, pois cruza a fronteira com a Suiça. E também ninguém me avisou que a estrada era na beira do penhasco, super inclinada (fui de primeira quase todo o tempo) mal dava pra um carro e era mão dupla. E estava em obras. Se vcs acham que não dava pra ficar pior… doce engano: somem à isso uma corrida de carros antigos, justamente acontecendo na mesma estrada, circuito terminando no Colle. Voilà, tive um faniquito, pois detesto altitude, ainda mais com carros de corrida buzinando na minha trasseira. Faniquito + Itàlia é sempre uma boa combinação. Leonardo teve que dirigir o restante do trajeto, sem carteira e correndo o risco de sermos deportados. Chegando ao Colle… ah, é lindo, valeu muito à pena, mas… os benditos San Bernardos estavam fora passeando e sò voltariam no final da tarde. Ou seja, como diz meu marido, plageando uma musica do Metallica: “a luz no final do tunel é na verdade um caminhão vindo te atropelar”.
Mas nossa onda de azar não parou por aì. Exaustos e com fome, apòs mais de 2 horas pra ir e voltar do tal Colle e sem ter visto um cachorrinho sequer, resolvemos parar para almoçar, afinal mereciamos. Soh que jà eram 14hs, sendo que nosso trem partia de Torino 17:35 e ainda tinhamos 100km para percorrer até Torino. Ok, idéia estupida, eu sei, mas foi um almoço delicioso, comemos carpaccio de polvo, que é algo que adoramos (Ristorante Mille Miglia). Não contentes com nosso horàrio jà bem apertado, resolvemos ainda achar um mercado que um garçon nos indicara na noite anterior. E achamos, mas demoramos um pouco, pois para chegar nesse mercado era preciso atravessar uma via férrea e o sinal demorou pacas (mais de 15 minuros) à ficar verde pra gente cruzar. O mercado era otimo, tão otimo que ficamos là mais do que o esperado e saimos de Aosta 16hs e eu ainda tinha meus famosos 100km para percorrer. E eu percorri, fazendo uma média de 135/ hora, sem morrer nem matar ninguém. Entramos em Torino às 17hs e parecia que ia dar tempo, mas… Torino é grande, tem transito, algumas ruas estavam em obra, transito desviado para aquelas ruelas italianas onde soh passa um carro e a locadora onde tinhamos que devolver o carro era do lado contràrio da estação de trem. Resultado ? As 17:35 estàvamos ainda devolvendo o carro e enquanto isso, do outro lado da cidade, nosso trem estava partindo pra Paris… Proximo trem? Soh no dia seguinte!
Conseguimos comprar uma passagem para o dia seguinte, mesmo à contra-gosto da agente da Trenitàlia, que estava revoltada por nos fazer pagar tão caro (passagem cima da hora pode custar 3 vezes mais). Fomos em seguida pra um Hotel ao lado da estação. Chegando là, descobrimos que o Hotel era otimo, muuuuuito melhor do que o que ficamos na primeira noite e muuuuuito mais bem localizado. Aih relaxamos e fomos conhecer Torino, pois o sol aqui sò se põe às 22hs. Adoramos Torino e jantamos num restaurante super legal, criativo e barato. Menu à 20 euros composto de : 4 (repido, quatro) entradas, 1 massa, 1 prato principal e sobremesa. Tudo uma delicia, cozinha bem italiana, mas também refinada. Tudo isso numa mesa na varanda, com o céu como testemunha.
Conclusão da minha viagem pra Itàlia: todos os italianos que eu critiquei resolveram me rogar uma baita praga pra melar nosso passeio, mas… a beleza das cidades italianas, dos sites naturais e a gastronomia são imbativeis. Não tem uruca capaz de estragar uma viagem dessa! Tudo de errado que aconteceu sò nos fez descobrir algo melhor !!! Piemonte me aguarde, eu voltarei ! E quanto à vc, querida Itàlia, não se livrarà de mim tão ràpido, em agosto estou aih de novo.
Voltamos pra casa com 13 garrafas de vinho, 4 azeites, vingre balsamico, uns 10 molhos de tomate, alguns queijos, polenta... sério, sem exageros.