Franche-Comté e seus queijos, vinhos, cervejas, frios...
A região é linda e para quem curte gastronomia, é um prato cheio. Fronteira com a Suiça (altura de Bern), a região do Jura é famosa pelo queijo Comté e outros menos conhecidos, mas igualmente maravilhosos, como por exemplo o cancoilotte, o morbier e o Cléron. A marca de Comté mais famosa é a Fort des Rousses/ Juraflore e foi de fato o melhor Comté que eu já comi, derrete na boca. O cancoilotte certamente foi o queijo que inspirou o requeijão, pois tem consistência e cor semelhantes, só que é BEM mais gostoso e tem também em vários sabores (com alho e vinho por exemplo). O Morbier é algo entre o Roquefort e Polenguinho (sim, é possível), uma delícia. E o Cléron é uma marca de queijo que tem como seu par o Sapin, que é como um reblonchon, só que de gosto diferente, tamanho menor e que fica mais derretido ainda, quase um molho. O sabor é simplesmente divino e eles servem numa panela de barro, do tamanho do queijo, que vai ao forno. Fomos num restaurante em Morteau que se chama Aubergue Combe Geay e experimentamos o prato feito com o Cléron, que se chama Boite Chaud e que vem acompanhado de frios e salsicha da região (Saucisse de Morteau, mesmo nome da cidade), uma coisa espetacular. A Saucisse de Morteau lembra o paio brasileiro, é muito boa e pode ser encontrada também nos mercados daqui de Paris.A região também é famosa por fazer Raclette, Tartiflette e Fondue Comtoise, tudo com Comté, seu maior diferencial. E a batata rostie que vem acompanhada de queijo cancoilotte? Vocês não imaginam o que isso significa! O presunto deles é mais selvagem, mais forte, bem gostoso e se chama "Jambon fumé du Haut-Doubs" ou "Jambon de Luxeuil ". Leonardo pediu uma Poelle "não-sei-de-quê", que era tipo uma Tartiflette, mas com queijo Metzi, também da região. Esse queijo também é muito bom. Voltamos carregados de queijos, frios, vinhos... Os vinhos também são famosos e diferentes, pois suas caves ficam dentro do monte Jura. Os vinhos podem ser de dois tipos: vin jaune (amarelo) e vin de paille (processo mais longo de fermentação da uva e mais denso, que resulta num vinho tipo aperitivo). As uvas cultivadas são, para vinho branco, a Chardonnay e a Savagnin Nature, e para vinho tinto, a Poulsard, Trousseau e Pinot Noir. Tem ainda mais dois vinhos típicos, que são o Crémant du Jura (gasoso) e o Macvin du Jura (aromático e seco). Degustamos todos eles, mas trouxemos somente o Savagnin Jeune, o Poulsard e o Trousseau, que foram os que mais gostamos. Outro atrativo são as cervejas de Montbéliard (outra cidade da região), que são tudo de bom. Experimentamos a La Rouget de Lisle, que é famosa por ser a mais tradicional e artesanal e por ser feita com tudo que extraído do Jura: água, plantas e grãos. A cerveja pode ser de alta ou baixa fermentação e com sabores variados, como com mel, por exemplo. Trouxemos alguns exemplares, é claro... Por último, vou falar do restaurante que comemos em Lons de Saunier, que se chama Bistrot Marronniers e que é famoso por lá. A especialidade é a comida da região, que são queijos, crustáceos e peixes de água doce. Comi um "Boite Chaude" (caixa quente) de lagostim com cogumelos Morilles (este cogumelo custa 300 euros o kilo!!!) e Girolles num molho de queijo... uau!!! Leonardo pediu uma Marmite du Mer (peixe e crustáceos) que estava muito boa também. E de entrada pedimos um folheado de cogumelos que era pra comer de joelhos. Todos os restaurantes acima, e também aqueles que tentamos ir, estão sempre LOTADOS, com reservas feitas com muita antecedência. Para vocês verem como a gastronomia é o forte de lá. O famoso Coq au vin é de lá, mas não deu tempo de comermos. O interessante é que numa região dessas, você tem um pouco de tudo: lagos, cachoeiras, montanhas, grutas de pedra, grutas de gelo, falésias, canyons... enfim, num mesmo dia você vai de um extremo à outro e ainda conta com alta gastronomia.
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